LUXO EUROPEU, NATUREZA MAGNÍFICA, COMIDA DO FOGO: ROTA KEMPINSKI E 1835 EM CANELA, NO SUL
A exuberância da Serra Gaúcha sempre me impressiona todas as vezes que vou para aquelas altitudes. Canela, que faz parte da Região das Hortênsias, já foi o cantinho das férias de nossa família. Agora, voltou a ser um destino frequente em razão de uma consultoria que presto ao grupo 20Barra9, proprietário de casas especializadas em carnes na brasa. Na charmosa cidade serrana, que na maioria das vezes é citada colada à turística Gramado, está o complexo Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences, onde esse grupo restaurateur instalou o 1835 Carne e Brasa. Lá fui eu.
Por exuberância entenda-se o todo: da natureza deslumbrante à comida; de seus habitantes, vivazes e gentis, a suas tradições, que mesclam costumes sulistas, do gaúcho e do frio, ao amor pela música, Literatura, aos frutos do seu terroir – abundante e único. A região era povoada por indígenas caingangues, expulsos pelo Império, e passou a receber imigrantes europeus, especialmente açorianos, italianos e alemães. Em 1903, Canela iniciou sua ocupação urbana, capitaneada por João Ferreira Corrêa da Silva. A família Corrêa cresceu e espalhou herdeiros desse espírito empreendedor -- as bisnetas se tornaram minhas amigas do coração –, os fundadores de um dos símbolos da hospitalidade no lugar, o Grande Hotel Canela.
É a geografia do local que primeiro impacta a quem chega. Canela está a 837 metros de altitude do nível do mar, possui uma hidrografia abundante, com atrações como a Cascata do Caracol, o Vale da Ferradura. Há 200 milhões de anos maciços de basalto formaram montanhas e vales onde se ergueu a magnífica paisagem e a laje de pedra donde se avista o Vale do Quilombo. É nessa laje que está a história desta indicação de rota. Em 1945, Canela se tornou município, e em 1976 a cidade assistiu à construção do majestoso Hotel Laje de Pedra, um projeto visionário, erigido diante da natureza esplêndida, que veio a se tornar ícone da hotelaria do país. Quem não lembra das festas luxuosas nas boates do Laje, sacudidas por celebs nacionais e internacionais? O hotel também foi cenário da assinatura do Tratado do Mercosul, com a presença de presidentes dos países do bloco e autoridades mundiais.
O Laje de Pedra encerrou sua operação em 2020, durante a pandemia. A força dessa história e da região geográfica e cultural conquistou a rede de hotelaria de luxo europeia Kempinski, que adquiriu o negócio para sediar seu primeiro hotel na América do Sul: o Kempinski Laje de Pedra Hotel & Residences. Reconhecida pela sofisticação e atemporalidade de seus empreendimentos, o serviço de alto padrão e a valorização da cultura local, a bandeira hoteleira com mais de 80 endereços no mundo escolheu Canela para oferecer o que chama de experiência Kempinski a seus visitantes. Natureza, cultura, arquitetura, arte e gastronomia compõem a identidade da marca e estão representadas no Espaço Kempinski Laje de Pedra, um espaço que reúne wine-bar, área para apresentações culturais, mostra histórica e fotográfica da região e o 1835 Carne e Brasa.
O 1835, batizado com o ano que marca o início da Revolução Farroupilha (20/09/1835) para lembrar a luta pela liberdade, é o restaurante da trupe de empresários da gastronomia gaúcha que se juntou ao Kempinski identificado com seus valores. Carne, fogo, parrilla formam a base da gastronomia da casa, onde são trabalhadas as tradições da cultura de comer do Sul e valorizados os produtos regionais. O aligot de aipim com queijo Yamandu, premiado e produzido em Canela, é uma celebração: simples, cremoso e queijudo, acompanha quaisquer cortes e embutidos. O risoto de copa também honra o produtor ali próximo e o comensal que o escolher. A linguiça parrillera de pernil, levemente apimentada e defumada em processo artesanal pelo produtor de Gramado, tem farofa da casa e molho poivre. Pode ser um belisco, como o bolinho de aipim com charque desfiado, que se tornou um hit. Cogumelos locais assados na parrilla, salada Caesar na brasa, dadinho de risoto, polenta, o clássico arroz de carreteiro são opções que podem vir acompanhando os cortes: prime, entrecôte, chorizo, picanha, costela, vazio, flat iron e carnes especiais – um show! A curadoria dos vinhos harmoniza os rótulos com as sensações de estar naquele lugar e com aquela comida: é mágico! A doceira aqui tem a maior felicidade de assinar (e comer) a cheesecake de butiá e goiabada, pra fechar o festim.
Enquanto o Kempinski realiza o retrofit projetado para o Laje de Pedra, o 1835 Carne e Brasa vai mudar de lugar no próprio espaço até que todo o empreendimento esteja concluído em 2026. Nada que altere a rota, pelo contrário, só dá à visita aquele gostinho de quero mais.
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