UM CORAÇÃO QUE DANÇA

Quando eu vi, estava no chão. E voava. 

Lá de cima eu assistia meu corpo flutuar: eu dançava. 

Sem medos ou anseios, entregue ao momento, danço comigo algumas vezes na semana guiada pelo conhecimento, técnica e delicadeza de Marina Droghetti e seu método Ballet Build. Encontrei a bailarina que mora em mim e com ela descobri que dançar é o exercício que me traz paz, desde que fiz a promessa de ter a atividade física como parte da transformação que preciso e devo fazer. O coração dança.

Nos tempos de teatro, minha arte de partida, já dançava. Agora, aos 60+, me desafiei e voltei a experimentar esse prazer. O método desenvolvido por Marina utiliza movimentos de ballet clássico no solo e mescla outras disciplinas — me lembra pilates e yoga, por exemplo —, que promovem alongamento e fortalecimento. Esse ballet acontece ao rés-do-chão, um nome poético para o piso do estúdio onde me espalho em movimentos na maior concentração. Também praticamos os exercícios com acessórios — o que remete à musculação. No chão somos iguais: o método agrega iniciantes e profissionais, homens e mulheres, jovens de qualquer idade.

Os efeitos brotam. Em 60 dias cumpridos pelo menos quatro vezes na semana, há uma mudança na postura, percebo meu corpo tonificado e modelado, com mais elasticidade. Vejo que é possível se redescobrir e construir uma relação entre corpo e mente com saúde e equilíbrio. Consciência corporal, como Marina explica, é um dos aprendizados do método. Apoiados na confiança de que vamos conseguir realizar algo esquecido ou desconhecido, motivados pelos estímulos e exemplo da nossa professora bailarina, os passos desse balé nos conduzem ao encontro de benefícios como o crescimento da autoestima, melhora na disposição, energia adquirida com o condicionamento físico e, por fim, todos os ganhos que repercutem na saúde mental. 

Marina foi publicitária e vivendo em Paris descobriu o ballet. Ela diz que na cidade encontrou a possibilidade de desenvolver sua metodologia com as técnicas que aprendeu, o ballet clássico e o barre a terre. No Brasil, colocou de pé seu estúdio Ballet Build; na pandemia, expandiu a prática com o uso de acessórios e estendeu o aprendizado em aulas online. O público cresceu. O estúdio é sua casa-butique — ela mora em cima — e reflete um agradável clima parisiense, intimista e natural, com janelas e varandas iluminadas. Há ainda uma trilha sonora formada pelos clássicos do ballet e da música do mundo que inspiram o ambiente para essa experiência. 

O corpo dança, respira; a mente medita. 

A bailarina Marina vive entre Paris e o Brasil, em apresentações, estudos, espetáculos. Seus olhos revelam a paixão pelo palco — ela cria e produz o que leva à cena. Na capital francesa, realizou a primeira apresentação, em 2019, e no Brasil prepara-se para um novo espetáculo, que vai estrear em 9 de novembro no MASP, em São Paulo. Diretora, produtora e atriz-bailarina, em Reflexos – o infinito movimento dos encontros ela narra, com a dança, os encontros que mudam percursos e caminhos para sempre. 

Por aqui, nossa próxima etapa é sair do chão e voar para Paris com Marina e um grupo de builders para uma aula local em 2024. O coração quer dançar.

@marinadroghetti @balletbuild 


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