OS BELOS QUEIJOS AUTORAIS DA BELAFAZENDA

A queijeira super especialista Carol Vilhena conta, em uma conversa saborosa, o que e quais são os queijos de sua autoria

Em toda sua original expressão, os queijos autorais oferecem um prazer simples de saborear uma iguaria que representa toda a complexidade do terroir e seu produtor. É mais ou menos assim que a veterinária e queijeira Carol Vilhena explica a elaboração dos queijos da Belafazenda, sua propriedade localizada em Bofete (SP). Essas maravilhas surgem do profundo conhecimento de Carol, adquirido com muito estudo e sua percepção sensível ao ambiente, onde habitam as vacas leiteiras, pasto e bactérias, mofos, clima e temperatura sob sua condução atenta e sábia.

Carol Vilhena e os queijos da Bela Fazenda, em Bofete (SP)

Na conversa com ela, não só os encantos dos produtos que fabrica capturam a atenção: Carol é uma especialista no assunto e sua prosa, rica em conhecimento. A Carolina nascida e crescida no interior, na propriedade familiar, desde menina ama a vida rural que escolheu. Se tornou veterinária com especialização em tecnologia de produtos de origem animal e tinha em si o impulso de empreender na área. Foi em uma viagem turística pela Itália que descobriu a paixão pela fabricação e maturação dos queijos. Aí encontrou o que buscava. Carol dedicou-se a estudar o assunto — fez cursos na França, na Suíça, nos Estados Unidos e também na Itália. No Brasil, mantém a troca e aprendizado com um professor dos maiores especialistas do mercado e nunca para de buscar mais e mais conhecimento. E de conquistar prêmios, também, desde que a Belafazenda passou a ser uma marca presente nas competições brasileiras e do mundo.

A queijeira conta com propriedade e empolgação do desafio que a microbiologia lhe oferece, da ciência que está por trás de todo o processo da maturação. Assim a gente aprende o que está além do nosso paladar encantado diante dos queijos maravilhosos da Belafazenda criados com sua maestria e sensibilidade.

Os queijos produzidos na Bela Fazenda

Para começar, o queijo autoral não segue as regras da produção de queijos tradicionais. Ela faz questão de destacar que o queijo autoral tem a cara do lugar onde ele é produzido — são as escolhas feitas pelo produtor que definem o produto. Desde a seleção do animal, de sua alimentação, para obter o leite; depois, a escolha das bactérias, a definição do método cru ou pasteurizado, a condução do envelhecimento. Um terroir de queijos abraça todos esses aspectos e mais a cultura local — a de quem produz o queijo.

A Belafazenda apresenta um portfólio com receitas autorais de base para os seus queijos: os azuis-cinzentos Bofete, Britânia e Duzu; os prensados Sinueiro e Soberano, umas especialidades, como o Goró (com cerveja Golden e cacau), e os queridinhos Bem Brasil e Benzinho — quanto amor!

Benzinho é o xodó — com massa lavada, macio e lindo, nessa diversidade de cinzas, azuis e brancos do mofo, tem por referência o camembert francês, e agrada o paladar brasileiro pela suavidade. É tão original que não poderia ter outro nome. Os queijos cremosos, suas cores, seus mofos saudáveis, o terroir da Belafazenda, tudo tratado com tecnologia, ciência e carinho — só posso pensar que quero ser um queijo nas mãos da Carol, na próxima vinda a essas bandas.

Tem receita da Carol! Não deixe de visitar a fazenda e fazer as degustações.


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