OS VASINHOS DO MEU JARDIM
1. Os vasinhos do meu jardim
É março, mês da florada: o que é feminino vive sua primavera.
E a amizade entre as mulheres floresce – a sororidade, essa rede de apoio invisível que tecemos juntas.
Amigas são feitas, encontradas e recuperadas a qualquer tempo e lugar – no trabalho, na cozinha, na maternidade compartilhada, nas lágrimas choradas em silêncio, nos brindes erguidos aos céus em unhas coloridas e cabelos gris.
Comigo acontece muito no trabalho. Tanto faz o que estava fazendo, o que ia fazer, o que tinha em mente ao marcar o compromisso profissional com a especialista: cada vez que uma mulher senta com outra para trabalhar, brota uma amizade. Surgiu um vasinho novo.
Foi assim que encontrei na especialista em Direito uma ouvinte sincera; na jornalista curiosa, uma desbravadora do que nem eu mesma sei sobre mim; na master RP, uma alegre companhia de ideias de mudar o mercado – e o mundo, enfim! É esse meu jardim, com vasinhos diferentes e especiais, todos necessariamente nessa desordem.
Todo o mato está em flor e eu me sinto num jardim
(Dunas, Rosa Passos)
2. Cozinha ou cozinho? 😉
É delas ou deles? Houve um tempo em que às gurias cabiam as obrigações culinárias. Nada de se meter profissionalmente na cozinha.
Aos guris, o lugar de honra, o business de sucesso e muita grana.
Eles são os cozinheiros do avental dourado, os chefs, os empreendedores da Gastronomia!
Esse tempo aí já passou.
O gosto não é como banheiro: não existe uma cozinha para homens e outra para nós, mulheres. Com a barriga no fogão e a pia cheia, estamos presentes na Gastronomia com pratos, receitas e estilos que não se dividem por sexo, tá?
Tem coisa que eu faço e o Jun Sakamoto também. Tem comida do André Mifano que eu amo e não me atrevo a fazer; tem a criatividade que mora igualmente na Helena Rizzo e no Marcelo Schambeck, conterrâneos separados geograficamente; tem a originalidade que é da Morena Leite. Faz diferença?
A cozinha é diversidade no sabor, e igualdade na hora de pegar caixa, arrastar o freezer, pagar boletos, cortar julienne, chorar na cebola.
No espeto corrido da história, aproveita que lá vem o xixo (pra quem não sabe: é um espeto que mistura legumes e carnes variados) e experimenta! Tem receita do Schambeck no final.
Traz todo mundo, tá liberado!
(Não é proibido, Marisa Monte)
3. A menina dança
Prometo que não vou falar mais na minha mãe... mas é mentira.
Se penso nas mulheres, nas amigas, nas phodonas que suaram no fogão ou no computador, no sol a pino ou no escuro do quarto, aterrisso suavemente nos braços cheios de história e coragem da Marlene. Mulher, mãe, avó, escritora, fonoaudióloga um pouco bailarina. E quem não é, nesse baile?
Quando eu cheguei, tudo, tudo estava virado
(A menina dança, Baby Consuelo)
Ragu de costela com cogumelos
Marcelo Schambeck/Restaurante Capincho
Para 4 pessoas
Ingredientes
500g de costela desfiada (assada na brasa ou no forno ou mesmo cozida na pressão)
200ml de molho demi-glace
1 cebola picada
1 dente de alho picado
2 cebolas pequenas
1/4 de maço de manjerona
50g de extrato de tomate caseiro
300g de cogumelo eryngui
Manteiga
Sal
Pimenta do Reino
Modo de Preparo
Numa panela, refogue a cebola picada até dourar.
Junte o alho e as folhas de manjerona.
Coloque o molho demi-glace e o extrato de tomate.
Deixe ferver por um minuto e acrescente a costela desfiada.
Se necessário, ajuste sal e pimenta.
Reserve.
Corte as cebolas pequenas ao meio e grelhe até dourar bem as "bordinhas".
Reserve.
Corte os cogumelos ao meio e com uma faca faça pequenos cortes em "x".
Grelhe na manteiga os dois lados.
Para montar, sirva a costela e coloque sobre ela os cogumelos e as cebolas.