AS LIBERDADES DAS TEMPERANÇAS
Pense sobre isto: quem gosta de cozinhar por prazer ou quem cozinha de modo profissional, sabe que lidar com alimentos é uma imensa experiência sensorial, reveladora e sempre marcante. Preparar alimentos nos leva a atitudes quase emocionais e a uma série de descobertas únicas: aromas, cheiros, sabores, paladares, cores, texturas, misturas, combinações, criações. Cozinhar é refletir, filosofar, imaginar.
Preparar alimentos é algo que traz surpresas, intuições, lances inovadores e, o melhor, inspirações. Quando estou no comando de algum prato ou de determinada receita, minha mente viaja por reviravoltas inesperadas. Entende? Por isso temos que seguir intuições, buscar os segredos de cada alimento e, claro, tentar ficar ligados em nossas próprias invenções ou descobertas culinárias. O termo gastronomia é quase inspiração: comer bem nos leva a estar bem.
Escolher ingredientes, estar só na cozinha, decidir inventar algo, buscar segredos da comida? Tudo isto nos leva a estados quase alterados de consciência. As “revelações” do alho, do morango, da batata, do macarrão, do tomate, da salsa, da berinjela, da maçã e de incontáveis produtos culinários sempre propõem ações individuais. Por isso, tem gente que gosta de um alimento e outro que detesta. As esferas das diferenças do gosto alimentar fazem parte de cada paladar, de cada pessoa, de cada língua, de cada idioma.
Mas vale estarmos & ficar atentos a tudo que pode ser azedo, doce, amargo, apimentado, crocante, macio, granulado, pastoso e mil outras possibilidades. O importante é analisarmos que uma abóbora pode ser tão importante quanto um morango, que uma pimenta dedo-de-moça pode ser tão impactante quanto um alho, que um prato quente pode ser tão inesquecível quanto uma sobremesa gelada. Quem diz isso é a nossa boca, a nossa língua, os nossos paladares.
Precisamos aprender que os alimentos trazem ações subjetivas: cada pessoa tem paladar diferente de outra. Como provar que existe igualdade nisto? Nobody knows. O certo, garanto, é que os ingredientes de nossa alimentação trazem consciência quase como identidades naturais. Portanto, teremos sempre sabores especiais e sensações únicas. Assim, faço o seguinte resumo: cozinhar são ações de pensar a vida, de filosofar sobre a existência e de criar exclusividades paladares.
E vivam as descobertas culinárias de cada um!
Minha nova paixão se chama chocolate.
Cacau Brasileiro, sim sinhô!
E em breve no Estúdio CP:
Dia 17 novembro, serei anfitriã de uma experiência gastronômica da Expedição Cacau e Chocolate, conduzida por Juliana Ustra. Um evento com degustação comentada de derivados de cacau e chocolates, harmonizações inusitadas e menu exclusivo assinado por mim, além de uma narrativa destas viagens exploratórias de Juliana.
Este projeto faz parte de experiências sinestésicas que fazemos aqui no Sinestesis Lab.
Panele-se, foguinhe-se, invente-se. E deixa eu sair porque preciso mexer o caldo da panela.
Para curtir e degustar chocolates com cacau brasileiro de muita qualidade, minha trilha favorita e seleção especial da chef:
1. Chocolat du jour
Chocolate de origem controlada,processo de fermentação,torra e temperagem da melhor espécie.
Trufas noir imperdíveis, bean to bar de chocolate brulê e os meus queridinhos damascos com chocolate.
Néctar dos deuses.
2. Dengo e as barras premiadas com sabores brasileiros.
A experiência da Fábrica de Dengo na nova Faria Lima.
O sorvete de mel de cacau e o brigadeiro com nibs valem a visita.
3) Luiza Abram e o cacau selvagem amazônico
Experiência única.
As castanhas cobertas com chocolate são um vício.
As barras que levam o nome dos rios amazônicos são uma viagem e inspiração.
4. Majucau
Bean to bar e cacau do sul da Bahia.
Meu preferido é o chocolate branco pintadinho com sementes de maracujá inspirado em receita familiar e a barra de chocolate 70%
Tem também o chá de cacau muito intrigante e para iniciados.